Trauma oclusal, cárie dentária e restaurações profundas inadequadas são fatores etiológicos da necrose pulpar, a qual pode prejudicar de forma drástica o processo da maturação radicular, caso o dente esteja em processo de rizogênese.
O tratamento pulpar durante o período em que o dente apresenta ápice imaturo, ou seja, durante o estágio de rizogênese incompleta, constitui um desafio significativo para o cirurgião-dentista, principalmente quando a situação clínica é de necrose pulpar, pois esta poderá levar à interrupção do processo de formação radicular, resultando em um canal amplo, com paredes divergentes para a região apical.
Tal condição diminui o travamento do cone de guta-percha no terço apical, podendo ocorrer o extravasamento do material para os tecidos periapicais em obturações convencionais.
Apexificação ou apicificação é o processo de formação de barreira apical calcificada ou de promoção do desenvolvimento continuado da raiz que apresenta rizogênese incompleta e polpa necrosada, mediado por uma técnica terapêutica aplicada.
Assim, busca-se construir um ambiente aceitável para obturação de forma convencional, sem que haja o extravasamento de material para região apical.
O sucesso da apexificação está relacionado ao diagnóstico
preciso, ao conhecimento dos processos biológicos e,
principalmente, dos materiais utilizados, com o objetivo de
promover a deposição de tecido mineral no ápice dental.
O medicamento mais comumente utilizado para promover apexificação na raiz de um dente é o Hidróxido de Cálcio, em virtude da sua alcalinidade (pH 12,8), das excelentes propriedades bacteriológicas e da indução mineralizadora.